sexta-feira, 29 de abril de 2016

Dançar com a Alma



"Você precisa dançar com o coração". Quantas vezes já não ouvi essa frase em filmes de dança? É o clichê de todos os longas que abordam este tema. Tem sempre uma jovem bailarina que está diante de um grande desafio. Ela tem técnica, se garante, mas para conquistar seu público tem que " sentir a música " (outro jargão).

Essa tática sempre dá certo. Mas quando você vai para a vida real....

bem, não posso falar como uma grande bailarina de palco, mas como uma aluna iniciante com poucas experiências diante do público, posso dizer que essa coisa toda de dançar com a alma é um grande desafio. Minutos antes de uma apresentação, passa tanta coisa na cabeça: "espero não escorregar"; "passei breu suficiente?"; "não posso deixar de sorrir"; "ai que roupa quente!", "esse coque está apertando meu juízo....".

Dançar com a alma ou com o coração nem passava pela minha cabeça, até dançar no Musical O Grande Sacrifício. Já contei aqui e aqui sobre ter feito parte do grupo de dança deste espetáculo de Páscoa. Foram 4 meses de ensaios, melhorando coreografia, aprendendo novos movimentos, treinando expressões para que tudo estivesse de acordo com a história retratada na peça.



Dança Egito (Foto: OGS 2016)

Na cena do Egito, em que dançamos como verdadeiras servas do Faraó, a expressão revelava a dureza do coração do rei do Egito, pois este não queria deixar o povo de Deus, escravo naquela terra, partir.  Na danças seguintes, as danças revelavam a mais pura alegria de louvar a Jesus, o Salvador, o verdadeiro sentido da Páscoa. E foi aí que eu descobri o significado de dançar com a alma.

Não era uma apresentação como outra qualquer, em que você mostra toda a técnica, tudo que ensaiou, vestida com um lindo figurino, perfeitamente maquiada e esbanjando seu melhor sorriso. Tudo isso já era previsto. Precisávamos expressar a mais pura alegria por estar louvando a Deus. Sorrir era palavra de ordem. Mas o sorriso não foi apenas uma expressão cênica.

Dançar com a Alma para Deus
 (Foto: OGS 2016)


Mais do que isso, o sorriso era a expressão de um coração a ponto de explodir de tanto amor. A dança era expressão artística; era também uma forma de dizer ao público a verdadeira razão daquela dança: Jesus! Mas aquela mensagem, que não era qualquer uma, vinha do coração de quem realmente acredita neste Grande Amor. E aconteceu que em meio a toda essa explosão de alegria eu me emocionei profundamente dançando. Com sorriso rasgado, tive que segurar as lágrimas, para só depois da apresentação soltá-las em um choro de felicidade. Foi a experiência mais linda que eu tive dançando e por ela valeu a pena todos os pequenos e grandes sacrifícios que fizemos durante esse tempo de preparação.

Eu acredito que seja totalmente possível dançar com o coração em outros contextos, já que é preciso ter sensibilidade para conseguir tocar outros. Eu mesma já tive várias experiências assim assistindo apresentações de ballet e de tango. Mas  aqui eu quis compartilhar uma experiência com dança em um contexto espiritual que eu jamais vou esquecer. E como hoje é o Dia Internacional da Dança, eu só tenho a a agradecer por viver estas e tantas outras experiências com dança. E pra você? Qual a lembrança mais marcante que você teve dançando?

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