Ela sobe na meia ponta e se desequilibra. Não sabe ainda a diferença da primeira para quarta posição. A tentativa de pirueta sai meio capenga. Ela não é mais criança e já passou da adolescência. Tem uma vida corrida como qualquer mulher adulta, mas resolveu realizar o sonho de fazer ballet.
Este é o perfil de muitas das mulheres da minha turma de ballet adulto. Depois de um tempo longe da sapatilha, voltei a calçá-las no último sábado e me deparei com uma turma de 25 mulheres das mais diversas idades com o brilho nos olhos por estar experimentando ou revivendo esta paixão.
Por inúmeras razões, quando menina ou adolescente, muitas delas não conseguiram levar adiante o investimento nesta dança clássica. Seja por falta de dinheiro, falta de tempo, foco nos estudos, no trabalho, na pós-graduação, ou até por desestímulo de parentes e amigos.
E aí, os anos se passaram, mas o sonho de calçar as sapatilhas não ficou velho. Ficou ali no coração, esperando uma oportunidade. E eis que ela surge. E é hora de aceitar o desafio, prender o abdome e o bumbum e se permitir finalmente a viver a experiência do ballet.
No meu caso, eu fiz ballet na infância e na adolescência e parei. Aos 25, voltei a calçar a sapatilha, mas não durou muito. Voltei a ter aulas aos 29. Deixei de novo. Agora, depois dos 30, voltei a usar o meião rosa. Algo me diz que este caso de amor vai longe, mesmo com idas e vindas. Mas para mim, o que importa é que a cada reencontro, sinto uma imensa felicidade de reviver esta paixão.
E você que visita este blog, se identifica com esta paixão? Já está vivendo a experiência de fazer ballet adulto? Me conta aí se temos algo em comum!
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